DOM JESÚS MORAZA RUIZ DE AZÚA, OAR

Dom Jesús Moraza Ruiz de Azúa nasceu em 27 de março de 1945, em Araya, Álava, Espanha. Ingressou ainda jovem no seminário dos Agostinianos Recoletos, estudando humanidades em Lodosa e Fuenterrabía, e professando seus votos religiosos em Monteagudo em 1965. Concluiu a formação teológica no convento de Marcilla, onde foi ordenado sacerdote em 6 de julho de 1969. Muito marcado pelo exemplo missionário de religiosos que atuavam na Amazônia, voluntariou-se para a missão de Lábrea e chegou ao Brasil em agosto de 1970, iniciando um longo serviço pastoral na região.

Sua primeira missão foi em Tapauá, onde atuou entre 1970 e 1975, também colaborando em ações de saúde e educação. Mais tarde, serviu em Lábrea, Pauini e novamente Tapauá, ajudando a estruturar cerca de 300 Comunidades Eclesiais de Base ao longo do rio Purus. Em sua trajetória missionária, acompanhou de perto episódios marcantes, como o martírio da irmã Cleusa Coelho em 1985, cujo corpo ele próprio encontrou, e o desaparecimento de Frei Mário Sabino, ambos testemunhos de dedicação radical ao povo amazônico. Ao longo desses anos, também desempenhou funções de liderança como vigário geral, coordenador de pastoral e delegado provincial.

Entre 1989 e 1990 retornou à Espanha para estudos de atualização no Instituto Leão XIII, em Madrid, e depois serviu como vigário e professor em Getafe. Foi durante esse período que, em 12 de janeiro de 1994, recebeu de São João Paulo II a nomeação como bispo prelado de Lábrea. Sua ordenação episcopal ocorreu em 19 de março de 1994, presidida pelo núncio apostólico Mario Tagliaferri. Como bispo, continuou a dedicação missionária, guiando a Prelazia de Lábrea por 22 anos em uma região vastíssima e de grandes desafios sociais, culturais e geográficos.

Dom Jesús atuou no episcopado até 2016, quando se tornou bispo emérito após décadas de serviço intenso ao povo amazônico. Seu legado inclui a formação de comunidades ribeirinhas, a defesa dos direitos indígenas, a proximidade com os mais pobres e a continuidade do projeto missionário dos agostinianos recoletos na Amazônia. Reconhecido por sua vida entregue à missão, continua sendo uma das figuras mais influentes da história recente da Prelazia de Lábrea, símbolo de dedicação pastoral, simplicidade e fidelidade ao Evangelho.