O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA (pt. 1)
- Rodrigo M. de Abreu
- 8 de fev.
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de abr.

Olá. Como estão vocês? Espero que estejam bem.
Todos sabemos que a Missa é um sacrifício. Mas, vocês já se perguntaram o que é sacrifício? Sabemos definir sacrifício baseados naquilo que vivemos diariamente, ao longo de nossas vidas; para a maioria de nós, sacrifício é a ausência de de algo que nos é importante, nos é caro, algo que gostamos muito. Fazemos sacrifícios na quaresma, fazemos sacrifícios para entrar numa faculdade ou passar num concurso, fazemos sacrifícios para conseguir pagar as contas de casa, etc. mas será que isso é sacrifício de fato? Vamos descobrir...
Segundo diversos dicionários de etimologia, A palavra sacrifício vem do latim sacrificium, que é formada pela junção de:
sacer → "sagrado", "consagrado"
facere → "fazer", "realizar"
Ou seja, originalmente, sacrificium significava "fazer algo sagrado" ou "tornar algo sagrado através de uma oferenda". No contexto religioso da Roma Antiga, o termo era usado para descrever a prática de oferecer algo (animais, alimentos, objetos valiosos) às divindades como um ato de devoção ou expiação de seus pecados.
Com o tempo, a palavra passou a ter um significado mais amplo, incluindo qualquer tipo de renúncia, privação ou esforço feito em prol de um objetivo maior. Esse uso figurado se consolidou em várias línguas derivadas do latim, incluindo o português.
A Evolução dos Sacrifícios Religiosos: Da Antiguidade à Nova Aliança
O conceito de sacrifício acompanha a humanidade desde tempos imemoriais, refletindo o desejo humano de se conectar com o divino, buscar proteção, expiar faltas e expressar devoção. Desde as práticas primitivas até o desenvolvimento dos sistemas religiosos organizados, os sacrifícios evoluíram significativamente, culminando na visão cristã do sacrifício de Jesus Cristo como o evento definitivo que aboliu os antigos ritos sacrificiais.
Neste capítulo, exploraremos essa jornada, analisando como diferentes civilizações realizavam sacrifícios, a sistematização dessa prática no judaísmo e, por fim, sua transição para um entendimento mais espiritualizado dentro do cristianismo.
Os Sacrifícios nas Sociedades Primitivas
Origens e Primeiras Práticas
Os sacrifícios são uma das mais antigas formas de culto conhecidas, surgindo em sociedades tribais e agrárias que dependiam fortemente dos ciclos naturais. Para essas culturas politeístas, o sacrifício era um meio de comunicação com os deuses, muitas vezes visando aplacar sua ira, garantir colheitas abundantes ou obter proteção em tempos de crise.
As evidências arqueológicas apontam para oferendas feitas a divindades ou forças naturais desde tempos pré-históricos. Pinturas rupestres, artefatos e restos de animais encontrados em sítios arqueológicos sugerem que práticas sacrificialistas eram comuns em diversas civilizações, como a suméria, egípcia, mesopotâmica, grega e romana, além de culturas indígenas das Américas, África e Ásia.
Formas e Tipos de Sacrifício
Os sacrifícios primitivos podiam assumir diversas formas:
Oferendas de alimentos e objetos: Incluíam grãos, frutas, vinho, joias e armas, simbolizando a partilha dos bens com o divino.
Sacrifícios de animais: Com o tempo, tornou-se comum o uso de ovelhas, cabras, bois e aves. O derramamento de sangue era visto como um elo poderoso entre a humanidade e os deuses.
Sacrifícios humanos: Praticados em algumas culturas, como os astecas e os fenícios, eram normalmente realizados em momentos críticos, como períodos de guerra ou desastres naturais.
Motivações e Significados
Os sacrifícios tinham propósitos diversos, entre os quais: aplacar a ira dos deuses, para evitar secas, fomes ou pragas; expressar gratidão e devoção, como forma de reconhecimento por bênçãos recebidas; expiação de pecados, para buscar perdão e restauração espiritual; estabelecer alianças, tanto entre humanos e deuses quanto entre grupos humanos; etc.
Com o passar do tempo, algumas civilizações começaram a questionar a moralidade e a necessidade dos sacrifícios, levando a uma transformação gradual na maneira como eram entendidos e praticados.
CONTINUA...
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